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Carlo Acutis: conheça a história do jovem que será beatificado na próxima semana

Carlo morreu aos 15 anos, dois dias após o diagnóstico de uma forte leucemia.


por PASCOM Guadalupe com informações dos Jovens Conectados


No próximo sábado (10), o jovem Carlo Acutis será beatificado pelo Papa Francisco. O servo de Deus, que já é considerado venerável, inspira pela sua vida de fé e santidade muitas pessoas, principalmente a juventude.

Foto: Divulgação

O jovem nasceu no dia 3 de maio de 1991, na cidade de Londres, no Reino Unido, e desde então se dedicou às coisas de Deus. Seus pais não frequentavam muito a igreja, mas Carlo com o seu intenso amor a Deus, conseguiu ao poucos, aproximá-los novamente das atividades religiosas.


Carlo Acutis recebeu a primeira comunhão aos 7 anos de idade, com uma autorização especial. É o que recorda a superiora do convento de clausura de Perego, em Brianza, onde ele fez a primeira comunhão: “Tranquilo durante o tempo da missa, ele começou a dar sinais de ‘impaciência’ quando se aproximava o momento de receber a Sagrada Comunhão. Com Jesus já no coração, depois de um tempo com a testa recolhida entre as mãos, ele começou a se mexer, um tanto agitado, como se não conseguisse ficar parado. Parecia que alguma coisa tinha acontecido com ele, só conhecida por ele; algo grandioso, que ele não conseguia conter” (Tempi, 20 de maio de 2013).

Foto: Divulgação

Uma jornada de fé

Carlo foi um jovem como os outros da atualidade: antenado, especialista em computação, amante da natureza e dos animais. Amava jogar futebol com os amigos e até videogame, mas de tudo isso, sua paixão verdadeira era por Jesus presente na eucaristia. O que mais o agradava era ir à Santa Missa todos os dias, estar sempre nas adorações ao Santíssimo Sacramento, além de rezar o santo Terço, pedindo a intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria. “A eucaristia é a minha via expressa para o céus”, dizia o jovem. Ele ainda falava que: “Nós temos ainda mais sorte do que os discípulos que conviveram com o próprio Jesus há dois mil anos: para nos encontrarmos com Ele, é só entrar na igreja. Jerusalém está pertinho das nossas casas.”


Carlo também tinha o hábito de se confessar com frequência e era catequista em sua paróquia. Ele nunca negou a sua fé entre os amigos, pelo contrário, proclamava as maravilhas de Deus e convidava-os para ir à Missa e voltar para o Pai. Carlo deixou anotado em um caderno a seguinte frase: “A tristeza é o olhar para si; a felicidade é o olhar voltado para Deus. A conversão é simplesmente mover o olhar, de baixo, para o alto. Basta um simples movimento dos olhos”.


Mesmo sendo de uma família rica, Carlo sempre viveu de forma simples, e com suas primeiras economias, comprou um saco de dormir e entregou à um morador em situação de rua, que via sempre quando ia à igreja. Acutis tinha em sua rotina, servir o jantar aos moradores que estavam nas ruas e às vezes, abria mão do seu próprio alimento.


Assim como os jovens de hoje, que estão ligados à internet, Carlo decidiu usar o seu conhecimento em informática para evangelizar. Ele viajou durante três anos e criou uma exposição virtual sobre os milagres eucarísticos, (www.miracolieucaristici.org). Hoje, a sua herança espiritual está presente no mundo todo: das Filipinas a Cabo Verde, do Brasil à China.


Foto: Divulgação

A oferta

Carlo foi diagnosticado com leucemia e decidiu oferecer seu sofrimento pelo Papa e pela Igreja, falecendo em 12 de outubro de 2006 com apenas 15 anos. “Ofereço ao Senhor todo o sofrimento que terei de passar, pelo Papa e pela igreja, para que eu não passe pelo purgatório, mas vá direto ao céu”, disse Carlo aos seus pais.


Dois dias antes de ir para junto do Pai, o jovem pediu para receber os sacramentos da Unção dos Enfermos e da Eucaristia.



Hoje, seus restos mortais estão no Santuário do Despojamento, local onde São Francisco de Assis deixou tudo para seguir o chamado de Jesus, em Assis (Itália). Antes de morrer, o jovem expressou o desejo de ser enterrado neste local.


O pedido de beatificação

Sua fama de santidade se espalhou rapidamente por todo o mundo, e no dia

12 de outubro de 2012, foi aberta a causa para a sua beatificação e canonização.


Em 2018, o Papa Francisco o declarou venerável e na exortação pós sinodal “Christus Vivit” (Cristo vive), ele cita o jovem como um belo exemplo de alguém que usou da criatividade e da comunicação para levar a beleza da fé. “Ele sabia muito bem que estes mecanismos da comunicação, da publicidade e das redes sociais podem ser utilizados para nos tornar sujeitos adormecidos, dependentes do consumo e das novidades que podemos comprar, obcecados pelo tempo livre, fechados na negatividade. Mas ele soube usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o Evangelho, para comunicar valores e beleza.” (p. 105)


Para o Papa Francisco, Carlo foi um jovem que não caiu nas armadilhas da internet, como o consumo e formas de atordoamento impostos pelos que detêm o poder, mas deixou brotar os dons que o Senhor lhes deu e colocou-os à disposição deste mundo as capacidades tão pessoais e únicas que Deus semeou. “Na verdade, ‘todos nascem – dizia Carlos – como originais, mas muitos morrem como fotocópias'”, escreveu o pontífice. (p. 106)


O milagre no Brasil

A graça do milagre atribuído à intercessão do jovem teria ocorrido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, aqui no Brasil. A identidade do miraculado e os detalhes da cura ainda não foram divulgados pelo Vaticano, mas noticia-se que no dia 12 de outubro de 2010, um garoto que sofria com pâncreas anular, uma anomalia congênita rara, foi curado após pedir a intercessão do jovem quando tocou uma relíquia. O milagre foi aprovado pelo Papa, no dia 21 de fevereiro deste ano.

Foto: Diocese de Assis/Nocera Umbra -Gualdo Tadino

O túmulo de Carlo Acutis está no Santuário do Despojamento de Assis, na Itália e foi aberto após a Missa presidida pelo Bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino. O corpo ficará exposto aos fiéis até 17 de outubro.


“Carlo foi fiel ao amor de Deus e escolheu Deus como o todo de sua vida. Um propósito breve, como um tweet, mas ardente como um fogo. Não eu, mas Deus”, disse Dom Sorrentino.

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